quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Altamente inflamavel

Hoje, tive ciúmes. Uns ciúmes loucos dessas labaredas que te acenderam o olhar. Dessa alegria que te encheu a voz e o peito. Desse orgulho que te fez parecer mais alto, maduro e sábio. Mas depois encontrei um menino inexperiente na curva de um sorriso maroto e baixei a guarda. Ainda assim, senti ciúmes. Ciúmes por não ser eu a pegar fogo aos teus olhos e a aquecer-te a voz. Voltaste para casa outro, logo hoje que te senti tanto a falta. Entusiasmado com o caminho novo a trilhar. Assustado com o desconhecido. Mas sempre meu.
“Diz que gostas de mim outra vez, sim?” Acenas. Fico aliviada. Afinal, ainda me amas, ainda acendo alguma coisa em ti. Continuas a falar. Não consigo olhar-te nos olhos, tenho vergonha dos ciúmes que sinto. Digo-te que sim, que tudo vai correr bem, que estou muito orgulhosa, que te ajudo no que for preciso. Dizes-me que o começo é difícil, que aprender é o mais importante, que queres fazer tudo comigo. Arrancas-me um sorriso. Pressentes os meus medos e tentas adormecê-los com um “tenho sempre tempo para ti” num tom infantil e cómico que só tu sabes fazer. Abraças-me. Fico derretida, tonta, cheia de medo de te perder. Afinal, também acendes alguma coisa em mim.

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