Definitivamente, não estamos com sorte! Como disse na primeira noite, o Bema Hotel ficou muito aquém das nossas expectativas, mas estava tão cansada que cai na cama como uma pedra. Confesso que dormi muito bem e acordei sem dificuldade com o cheiro a torradas e chá. O pequeno-almoço foi servido no quarto, enquanto eu esfregava os olhos no edredão. Comemos com prazer a admirar a vista: o Concertgebouw brilhava à luz do dia, o jardim em frente ao Rijksmuseum enchia-se de turistas e os locais passeavam-se de bicicleta cheios de estilo. Como não tínhamos jantado a sério, na noite anterior, não trocámos mais de duas frases entre torradas com manteiga e doce, ovos, golos sôfregos de chá e murmúrios de satisfação.
Seguiu-se uma visita exaustiva à cidade, sob o lema "se nos perdermos, tanto melhor." Depois de muitos km de chão, regressámos ao ponto de partida. Não queríamos mais do que uma cama e um travesseiro macio para esticar o corpo. Porém, não estávamos sozinhos! Mal apagámos a luz, começámos a ouvir um ruído esquisito entre o arranhar e o amarrotar. A princípio pensámos que era no quarto ao lado. Fizemos uma vistoria à procura da fonte - possivelmente um insecto - e voltámos a apagar a luz convencidos de que não era nada. O barulho recomeçou em seguida e o D., ao acender o candeeiro, gritou: "O filho da mãe está no teu saco!" Nem podia acreditar: tínhamos um (ou seriam mais?) rato no quarto. Agora, batia tudo certo! O caixote de plástico com o letreiro "Não deixe comida fora deste recipiente.", a pressa do empregado em recolher o tabuleiro de manhã, a simpatia desmedida da recepcionista... Já nem me lembrava que tinha um resto de pão no saco e o Bema Mouse não perdeu tempo e fez o gosto ao dente enquanto tentávamos dormir! Resolvemos atirar o saco pela janela para acabarmos com a praga de uma vez por todas. E, antes de nos entregarmos a descanso, fizemos uma última vistoria que nos deu cabo dos nervos: o nosso companheiro roedor (ou um dos seus amigos) escondera-se atrás das malas. O D. passou-se e eu fiquei meia histérica, meia inerte. Não sabia sequer que tinha medo ou nojo ou lá o que era aquilo de ratos. Ele convenceu-me a deixar o quarto e encarregou-se de tirar de lá tudo o que nos pertencia não fosse o Bema Mouse fazer das suas. A mim cabia-me a tarefa de acordar o recepcionista e contar o sucedido. O rapaz ficou mais aturdido por o ter despertado do que surpreendido com a história. Da conversa surreal que tivemos nessa noite só me consigo lembrar deste trecho: "Oh, God! Amsterdam is full of mice. I had some in my old house and I lived well there. Are you sure you want another room?"
Deixámos o hotel na manhã seguinte com os trolleys pesados na mão e o dinheiro nos bolsos. Esta curta estadia não deixou saudades e, como recuperámos todo o dinheiro, fomos em busca de melhor. Decidimos ficar no bairro dos museus e começámos a bater à porta. Tudo cheio e demasiado caro. Ás11h30, deram-nos sinal verde no Quentin Hotel e estávamos tão fartos de arrastar a tralha que nem pensámos duas vezes.
Seguiu-se uma visita exaustiva à cidade, sob o lema "se nos perdermos, tanto melhor." Depois de muitos km de chão, regressámos ao ponto de partida. Não queríamos mais do que uma cama e um travesseiro macio para esticar o corpo. Porém, não estávamos sozinhos! Mal apagámos a luz, começámos a ouvir um ruído esquisito entre o arranhar e o amarrotar. A princípio pensámos que era no quarto ao lado. Fizemos uma vistoria à procura da fonte - possivelmente um insecto - e voltámos a apagar a luz convencidos de que não era nada. O barulho recomeçou em seguida e o D., ao acender o candeeiro, gritou: "O filho da mãe está no teu saco!" Nem podia acreditar: tínhamos um (ou seriam mais?) rato no quarto. Agora, batia tudo certo! O caixote de plástico com o letreiro "Não deixe comida fora deste recipiente.", a pressa do empregado em recolher o tabuleiro de manhã, a simpatia desmedida da recepcionista... Já nem me lembrava que tinha um resto de pão no saco e o Bema Mouse não perdeu tempo e fez o gosto ao dente enquanto tentávamos dormir! Resolvemos atirar o saco pela janela para acabarmos com a praga de uma vez por todas. E, antes de nos entregarmos a descanso, fizemos uma última vistoria que nos deu cabo dos nervos: o nosso companheiro roedor (ou um dos seus amigos) escondera-se atrás das malas. O D. passou-se e eu fiquei meia histérica, meia inerte. Não sabia sequer que tinha medo ou nojo ou lá o que era aquilo de ratos. Ele convenceu-me a deixar o quarto e encarregou-se de tirar de lá tudo o que nos pertencia não fosse o Bema Mouse fazer das suas. A mim cabia-me a tarefa de acordar o recepcionista e contar o sucedido. O rapaz ficou mais aturdido por o ter despertado do que surpreendido com a história. Da conversa surreal que tivemos nessa noite só me consigo lembrar deste trecho: "Oh, God! Amsterdam is full of mice. I had some in my old house and I lived well there. Are you sure you want another room?"
Deixámos o hotel na manhã seguinte com os trolleys pesados na mão e o dinheiro nos bolsos. Esta curta estadia não deixou saudades e, como recuperámos todo o dinheiro, fomos em busca de melhor. Decidimos ficar no bairro dos museus e começámos a bater à porta. Tudo cheio e demasiado caro. Ás11h30, deram-nos sinal verde no Quentin Hotel e estávamos tão fartos de arrastar a tralha que nem pensámos duas vezes.
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